quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sevirol

Minha filha riu da expressão que usei para acordá-la para o raciocínio. Talvez seja duro demais cobrar de uma menina de 10 anos que raciocine tão logicamente. Aliás, “bocaberta” é meu segundo nome, não posso cobrar muito dela. Aos 13 anos, mesmo depois do primeiro beijo de língua, ainda brincava de carrinhos no pátio de terra.

Dia desses, arrumei as coisas para a academia. Eu e as crianças fazíamos natação aos sábados. Alguns raros momentos em que saíamos os 4 juntos. Na pressa, esqueci-me de colocar toalha na mochila da mais velha. Só percebemos na hora de sair da piscina, como sempre, num momento em que não havia mais volta.

Não pestanejei em ceder a minha toalha para ela, afinal o erro foi meu. Sob os olhos fulminantes de minha esposa, passei a toalha em mãos para ela. Nem ela nem eu imaginávamos como eu iria me secar.

Passei a pensar logicamente “O que era vitalmente necessário em minha mochila?”: Cueca, talvez. Calças, camisa, blusão. Olhei as meias e pensei: Minhas pequenas toalhinhas.

Saí primeiro que elas e aguardei na recepção. Minha esposa quase passou por mim com a toalha na mão e incrédula me perguntou: - Como tu te secaste?

Um sorriso e um olhar superior foram o suficiente.