quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Homenagem

Olhei nos teus olhos vermelhos, que a câmera insistiu em fazer triste apesar do sorriso voluntário e sincero no rosto. Vi o que somente eu podia ver.

Vi a dor de ser filha única, não por genealogia. Vi o peito apertado e as costas arqueadas de tanto peso. Vi uma família em desordem e uma cabeça atormentada pelo medo de nunca satisfazer as aspirações da mãe. Vi uma criança triste que não conhecia o pai. Vi a falta de afago na nuca e mãos com sede de toque, carinho e fúria.

E por sinceros minutos eu senti pena. E tão somente nestes poucos minutos.

Repentinamente surgiu em minha mente uma leoa de face amistosa, rodeada de família e carinhos. Surgiu em minha mente a pessoa que pulou para fora de um círculo de inimizades e fundou sua própria filial da felicidade. Surgiu a pessoa que tenta quebrar todo dia o ciclo do ódio. E vi a pessoa que um dia afagou os meus ombros e disse:

- Eu te perdôo.

E senti orgulho sincero por horas. Dias e vidas.

3 comentários:

adri antunes disse...

uauuuuu, adorei esse canto aqui, parece mais uma peça da casa de vcs! bom essa coisa de intimidade, de família, de filhos, de vida de amor entre duas pessoas! putz, idéia mto boa essa de conjugar as vidas e os textos! adoreiii!
um bjusss a todos e felicidades sempre!

Diego GF disse...

Bah, belo texto! :)

Abraço a ti e pra família!

Faby disse...

Tantos anos depois e parece que tu acabou de escrever pra mim. Queria tanto remetesse a uma memória, mas ainda é minha realidade. Obrigada por sempre estar ao meu lado! Te amo pra sempre! Ps: sinto saudade do meu poeta.